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terça-feira, 29 de novembro de 2016

Excepcionalmente, não haverá post comemorativo hoje.

Dada a triste tragédia dessa manhã com o time de Chapecó na Colômbia o post comemorativo dos três meses sem fumar não vai ao ar hoje. Não me vejo comemorando nada, mas sim repensando a vida e sua fragilidade absoluta.
Que Deus conforte o coração dos familiares e amigos das vítimas nesse momento tão difícil.
#ForçaChape



segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Trilha sonora



No meu último dia como fumante havia uma música que não saia da minha cabeça e, para mim, ela seria a trilha sonora perfeita e oficial da minha vida dali em diante. Enquanto eu dava os últimos tragos da minha vida a minha mente só conseguia repetir sem parar: "Eu sei que vou te amar, por toda a minha vida vou te amar..." e com a continuação "... seu sei que vou sofrer... por toda a minha vida".

Gente, que bizarro! E eu tinha certeza que eu viveria exatamente conforme a letra dessa canção. Nada contra a música, claro, mas de onde é que raios eu tirei que para sempre eu vou sofrer, desesperadamente eu sei que vou sofrer? Af!

Bom, eu digo "Af" agora, porque eu realmente passei os primeiros dias repetindo esses versos sem parar e até umas lágrimas escorriam de vez em quando para deixar a situação mais bizarra.

Conforme eu fui percebendo que minha nova situação não era o fim do mundo a trilha sonora mudou. Dessa vez era a Gloria Gaynor que invadia meus pensamentos e eu só conseguia pensar em "I will survive!". Juro! Bom, pelo menos mudamos de uma faixa musical altamente deprê para algo mais dançante e animado. Em alguns momentos eu intercalava a música com o mantra do meu professor de bike que sempre grita para nós na aula: "Não me diga não, não me diga não!".

Enfim, quando a abstinência batia forte era "Oh no, not I, I will survive" e se o negócio apertava mais ainda eu pensava "Eu vou conseguir, 'não me diga não, não me diga nãããão'". Vergonha da minha pessoa, eu admito.

Graças a Deus esse transtorno musical em minha mente chegou ao fim. Bom, pelo menos por enquanto ele se estabilizou. De qualquer forma eu gosto de colocar trilhas musicais em determinados momentos da minha vida. No 1º mês sem fumar tivemos "Celebrate good times, come on!". Quando eu fiz 02 meses sem fumar tivemos Macarena ("Baila tu cuerpo alegria Macarena") e Feeling Good da Nina Simone.

Pois bem, amanhã é dia 29 e isso lembra alguma coisa? Três meses sem fumar! Vai ter festa e vai ter música! Agora cada vez mais animada!

Vamos que vamos, terceiro mês, estou chegando. Não me diga não, não me diga não! =)

Até a próxima pessoal!


sábado, 26 de novembro de 2016

Documentário - Fumando Espero Outros

Passada rápida por aqui, apesar de ser sábado o dia está super corrido! Vim dar a dica de um documentário muito legal sobre o tabagismo.

Eu assisti esse documentário quando eu estava na segunda semana sem fumar e lembro de ter adorado! Esses dias assisti de novo e continuei com a mesma opinião: um trabalho bem rico que trata o tabagismo como um todo: a indústria do tabaco, o parar de fumar, o não querer parar de fumar, o vício, etc.

Vale muito a pena assistir, eu pelo menos adorei e indico para fumantes e não fumantes! Eu só dispensaria a primeira cena, já vou logo avisando, mas não se preocupem, apesar dela ser impressionante o restante do documentário não tem cenas tão fortes como essa.

O documentário chama "Fumando Espero Outros", só digitar no YouTube que vocês encontram, ou se preferirem vou deixar o link aqui e na fanpage do Facebook!

Espero que gostem da dica! Aproveitem que hoje é sábado, dá para fazer uma sessão cinema!

Vamos que vamos, até a próxima pessoal!

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Um e-mail para a Carol do futuro!

Outro dia eu enviei um e-mail para mim mesma! "Pronto, ficou louca de vez" alguns pensaram né? Calma, não foi uma mensagem qualquer, foi um e-mail que eu só vou receber daqui a 5 anos (agora sim, podem trazer a camisa de força!).

Uma amiga minha comentou no aniversário dela que ela recebeu de presente uma mensagem dela mesma escrita no ano anterior. Eu adoro esse tipo de coisa e fui saber mais a respeito. Ela disse que foi através de um site e funciona mais ou menos assim: você escreve a mensagem, programa quando quer receber e envia. Ela fez o teste de um ano para o outro e o e-mail chegou, então programou mais mensagens para ela mesma no futuro.

Logo quando eu soube da novidade me animei para fazer o mesmo, mas como eu tinha parado de fumar fazia pouco tempo, eu estava sem cabeça para colocar o projeto em ação. Fiquei com receio de escrever alguma coisa que fizesse eu ter muito medo de mim mesma ao ler, vai saber. Eu já tenho um pé a mais no drama e exagero, recém livre do tabaco o negócio ia virar um dramão.

Agora que estou mais controlada - eu acho - sentei lá e escrevi minha mensagem. Foquei no processo do cigarro mesmo, o que está acontecendo, desejos de que "espero que quando você ler isso você não tenha voltado a fumar", entre outras coisas.

Bom, por enquanto não podemos fazer nada além de esperar (05 anos!) para saber o que eu achei da mensagem. Coisa de louco! Se alguém se interessar por essa ideia bizarra o site que eu usei foi o www.futureMe.org.

E vamos todos agradecer a Julie pela dica do e-mail para o futuro! Obrigada Ju!
Vamos que vamos, até a próxima pessoal - e que a próxima não seja só daqui a 5 anos, rá!

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Pequenos registros

Existem pequenos registros e acompanhamentos que eu gostaria de ter feito nesse processo de parar de fumar, mas não fiz. São detalhes que parecem meio bobos, mas que seria legal ter feito.

Começando por esse blog! A ideia de relatar o meu processo de fim do tabagismo surgiu na minha cabeça no último segundo - para ser mais exata 2 dias antes da data marcada para parar de fumar - com isso o blog ficou pronto na véspera! Eu queria poder ter registrado os meus pensamentos, angústias e receios algumas semanas antes de parar. Claro que por tudo ainda ser muito recente eu consigo me recordar de muita coisa, mas ia ser interessante ter registrado a expectativa para compará-la, hoje, com a realidade.

Eu gostaria de ter tirado fotos minhas para documentar as mudanças, acima de tudo na pele e no cabelo. A melhoria é gritante! A Michelle, uma colega ex-fumante, comentou no nosso grupo do Whatsapp outro dia: "Rejuvenesci uns 3 anos em 60 dias" e a sensação é essa mesma!

A ideia de me pesar e acompanhar as alterações de peso apareceu meio que sem querer, mas foi bom que eu tenha pensado nisso - muito embora eu continue defendendo que o ex-fumante tem que se preocupar mais em controlar o vício do que o peso, ao menos inicialmente. Eu também gostaria de ter feito uma avaliação física, daquelas de academia, para medir percentual de gordura no corpo, porcentagem de líquido, etc. Acho que seria um acompanhamento mais completo, melhor do que ficar me pesando e me medindo com a fita.

Já falei dele várias vezes aqui, mas se eu soubesse do QuitNow antes também teria ajudado. Primeiro para pegar várias dicas que o pessoal compartilha lá no chat, mas também para acompanhar os gráficos de melhoria. Quando eu descobri o app eu já tinha parado de fumar fazia alguns dias, mas foi o tempo suficiente para atingir 100% em vários itens de saúde. Eu queria ter visto "nossa, minha pressão arterial voltou ao normal", ou então, "Adios! A nicotina toda saiu!".

Como eu disse, são detalhes meio bobos, mas que eu gostaria de ter feito, até porque são esses pequenos acontecimentos que motivam o processo parar de fumar. Enfim, como agora não posso mais voltar atrás, fica de dica caso alguém que esteja lendo isso resolva parar de fumar. Ah, se fizer os registos da pele por favor compartilhe comigo!

Até a próxima pessoal! Vamos que vamos, sem foto e sem controle, mas bora lá!

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Murphy, always a pleasure!

Até o último final de semana eu estava com a mão direita imobilizada por conta de uma tendinite. Eu não quis escrever a respeito disso aqui no blog, pois não é um problema relacionado ao fim do tabagismo e nem nada, então não vi muito sentido em falar a respeito. Agora imaginem: por três semanas eu estive postando aqui com uma mão a menos! Viram só, eu também tenho as minhas habilidades secretas!

Acontece que no último final de semana resolvi dar o grito de independência, removi a tala e voltei a ter as duas mãos em total funcionamento, uma maravilha que só! Fiz o meu grande retorno ao blog, dez dedos digitando, eita coisa incrível, tudo muito dinâmico e produtivo. Vocês podem reparar, inclusive, que o último post tem o dobro dos outros, uma belezura só! Aí vem o grande balde de água fria: veio o meu trabalho, olhou friamente para mim e disse "Não!", raptou o pouco tempo livre que eu tinha e deixou o blog... no vácuo. Murphy, always a pleasure! 

Acontece que no meio de todo esse tumulto e confusão eu esqueci de uma coisa fundamental: o cigarro! Em todo esse tempo eu estava preocupada com o blog, chateada com a correria, pensando em milhares de coisas menos no fedorento. Quando me dei conta disso fiquei tão feliz!

Além de fazer alguns dias que não tenho fissura, pela primeira vez eu esqueci completamente do cigarro. Isso pra mim é uma grande novidade! Nesse pequeno intervalo de tempo, entre 29 de agosto e 23 de novembro, pela primeira vez parece que meu corpo teve um ato falho e esqueceu que ele foi um dia uma chaminé ambulante. Alegria, alegria!

Tenho várias coisas para contar, mas vim aqui brevemente dar um oi e uma explicação pelo meu sumiço. Amanhã vou ao ortopedista, provavelmente receber a alta médica e oficial da minha mão, então teremos muito tempo e muitos dedos para eu contar as últimas novidades. Me aguardem!
Vamos que vamos! Até a próxima pessoal!

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Como comecei a fumar

Eu falo tanto de parar de fumar, mas acredito que já é hora de compartilhar por aqui como foi que eu comecei. Na realidade não foi algo que ocorreu da noite para o dia, foi um processo que aconteceu aos poucos, ao longo de algum tempo. Vou tentar fazer aqui um resumão express, porque a história com todos os detalhes daria um livro.

Desde cedo o cigarro esteve presente na minha vida, pois minha mãe era fumante, então conviver com o tabaco era algo que de certa forma eu sempre estive acostumada. Ainda que a maioria das vezes minha mãe fosse super discreta, evitava fumar na nossa frente e tudo mais, eu sabia que ela fumava, de vez em quando via ela fumando e aquilo me causava curiosidade. Eu me recordo de bem pequena tocar no maço de cigarros ou no cinzeiro e ela me repreender, dizendo que eu não deveria mexer com aquilo, que era sujo. Se era sujo, horrível e tudo mais, por que ela fazia aquilo? Além do mais eu achava bonito vê-la com o cigarro - provavelmente um resquício da propaganda de tabaco que era permitida nos anos 80 e que mostrava mulheres e homens lindos e elegantes com o cigarro na mão. Ainda na infância eu me recordo de pegar incensos, acendê-los e levá-los à boca fingindo que era meu cigarro.

Avançando um pouco os anos, vamos para a minha adolescência. Eu estava morrendo de curiosidade a respeito do assunto e estava determinada a fumar meu primeiro cigarro. Eu fui atrás dele e adivinhem onde consegui? No maço de cigarros da minha mãe! Uma noite fui escondida lá onde ela deixava o dito cujo, peguei um cigarro e foi ele o primeiro que fumei na vida. Eu detestei o cheiro, o gosto, a tontura que me deu e tudo de ruim que vem junto. Lembro que depois disso fiquei com peso na consciência vários dias seguidos. Eu devia ter uns 13 anos mais ou menos nessa época.

Vamos agora adiantar para um ou dois anos mais para a frente. Eu estava na casa de uma amiga, com uns amigos dela, e adivinhem? Alguém surgiu com um maço de cigarro. O plano era ir na praça, em frente à casa onde estávamos, para fumarmos. Eu era uma das poucas na turma que já havia experimentado e, bizarramente, isso me dava um status superior. Fomos na praça e foi lá que fumei o meu segundo cigarro... o terceiro... o quarto... porque eu ia pra casa dessa minha amiga em torno de duas vezes por semana, toda semana, então íamos sempre na praça fumar.

Um tempo depois essa "grande amizade" acabou por problemas banais de adolescentes, então as minhas tardes fumacentas foram bruscamente interrompidas. Acontece que ao invés de sentir falta da amiga eu fiquei com saudades do cigarro e a partir de então eu sempre dava um jeito de arranjar um cigarro quando possível. Essa minha pequena aventura foi novamente interrompida quando fui morar fora do país.

Quando voltei do intercambio a escola estava diferente. Último ano de colégio, todos se aproximando da maior idade e, com isso o número de fumantes explodiu. Comecei de novo a filar cigarros na saída do colégio, nas festas e nos eventos. Quando menos percebi eu já estava com o meu próprio maço de cigarros. Eu não fumava todo dia, mas sempre que tinha uma oportunidade lá estava eu, seja ela na varanda da minha casa, no banheiro, na área de lazer do meu prédio... e foi aí que começou pra valer e o vício se tornou o que se tornou. Por isso que ao fazer a somatória do meu tempo de fumante eu cálculo a partir dos 17 anos.

Minha mãe dizia que morria de remorso de ter fumado na minha frente, pois ela se sentia responsável por eu ter me tornado tabagista. Eu acredito que não. Ok, vê-la fumando me dava curiosidade, o fato de ter cigarros em casa tirou o grande tabu que esse assunto poderia ser. Isso sim, até aí concordo, mas eu fui atrás do cigarro porque eu quis, talvez se minha mãe não fumasse eu iria atrás disso em algum momento, é imprevisível tudo isso. Muitos fumantes que conheci não tem nenhum tabagista na família, então como explicar?

Enfim, minha mãe morria de remorso e arrependimento e ela vivia me dizendo isso. Ela parou de fumar por minha causa, dizia que não aguentava me ver fumando sem se sentir culpada. Sabe o pior? Ela faleceu de câncer... no pulmão... por causa do cigarro!

Mas isso é assunto para outro post.

Vamos que vamos, até a próxima pessoal!